- Sérgio Gualdi Ferreira da Silva Filho
Inovação é cultura!

Há anos venho estudando os impactos da inovação no contexto organizacional e atuando como consultor em projetos relacionados com este tema. Percebi que muitas empresas, mesmo as de grande porte, têm sérias dificuldades em estruturar e rodar atividades de inovação, achando que o processo, uma vez implementado, irá garantir resultados sistemáticos. Ledo engano! O processo é realizado por pessoas e se elas não estiverem verdadeiramente engajadas com a missão, nada irá acontecer. Além disso, devo destacar que o processo é apenas um elemento, que interligado com os demais pode induzir melhores resultados em inovação. Assim como a inovação depende da criatividade, o engajamento depende da cultura.
Mas afinal, como estabelecer uma cultura de inovação?
Uma cultura de inovação deve impedir que se criem barreiras que prejudiquem a criatividade, a inventividade e o espírito inovador dos colaboradores. Tudo que os gestores devem fazer é dar as diretrizes e sair do caminho, deixando as pessoas livres para exercerem a totalidade de sua capacidade de inovação. Contudo, isso não é tarefa fácil, principalmente se considerarmos o mindset da grande maioria dos gestores. Todavia, existe um conjunto de princípios que podem ser colocados em prática para facilitar a criação de uma cultura de inovação:
Vontade compartilhada de ser inovador: todos, sem exceção, devem possuir a vontade de se tornar mais inovadores.
Estrutura de apoio: a alta gestão e as lideranças intermediárias devem evidenciar a importância da inovação para o sucesso da empresa e, além disso, deve haver uma equipe exclusivamente dedicada (full time) a coordenação das iniciativas inovadoras.
Inspirações constantes: as rotinas de trabalho devem proporcionar aos colaboradores experiências diferentes que gerem novos insights.
Processo estabelecido: é fundamental que se desenvolva um processo exploratório que possibilite a geração sistemática de novos projetos de inovação. O processo deve contemplar desde a geração de ideias até sua efetiva implementação, se for o caso.
Tempo dedicado: inovação depende de ação e isso nos leva a estabelecer um percentual de tempo semanal para que as pessoas possam desenvolver novos projetos e apresentar os resultados.
Ambiente interno: o ambiente interno deve estimular a participação nas tomadas de decisão, a autonomia na realização das tarefas, a liberdade, a tolerância ao erro, a empatia e, principalmente, a colaboração entre as pessoas.
A cultura direciona o comportamento e o comportamento leva aos resultados! Pense em como sua empresa pode construir uma cultura mais inovadora utilizando os princípios acima. Lembre-se que a cultura deve ser constantemente fortalecida e que isso depende das ações das pessoas, que são a mola propulsora de qualquer negócio.
Até a próxima reflexão inovadora!
Texto originalmente publicado no blog da Innomotion Consultoria em Gestão da Inovação | http://innomotion.com.br/blog